O objetivo deste estudo é avaliar a eficácia da saliva como amostra alternativa para a detecção do SARS-CoV-2 em profissionais de saúde e pacientes atendidos em um hospital universitário na cidade de João Pessoa, no estado da Paraíba, comparando os resultados com amostras coletadas por swab nasofaríngeo (SNF). O estudo recrutou 365 participantes adultos, assintomáticos para COVID-19. A reação em cadeia da polimerase em tempo real de transcrição reversa (RT-qPCR) foi realizada visando o gene E do SARS-CoV-2. Para as análises estatísticas, foi utilizado o software SPSS. A concordância entre os dois métodos foi avaliada com o teste Kappa. Das 365 amostras analisadas, 45 (12,3%) tiveram detecção em pelo menos um tipo de amostra. Em SNF e saliva, 21 amostras (46,7%) foram positivas, enquanto 14 amostras (31,1%) foram positivas apenas para SNF e 10 amostras (22,2%) foram positivas apenas em saliva. Usando amostras de SNF como padrão-ouro de referência, a sensibilidade e especificidade da saliva foram de 60% e 97%, respectivamente, enquanto os valores preditivos positivo e negativo foram de 68% e 96%, respectivamente. A acurácia foi de 93,0% e o coeficiente Kappa foi de 0,596, indicando uma concordância moderada. Embora o coeficiente Kappa tenha indicado uma concordância moderada nesse estudo, as amostras de saliva pura foram semelhantes às obtidas por SNF. A simplicidade da coleta, a escassez de EPI e a transmissibilidade do vírus favorecem a autocoleta da saliva como testes mais precisos, levando à redução do tempo de espera e à disponibilização mais rápida dos resultados.