Introdução: As doenças cerebrovasculares, especialmente o acidente vascular cerebral (AVC), são uma das principais causas de morte no Brasil, causando grande impacto na saúde pública devido à sua alta taxa de mortalidade e morbidade. A mortalidade por AVC é influenciada por fatores regionais, socioeconômicos e de acesso aos serviços de saúde. Objetivo: Este estudo visa investigar a evolução da mortalidade por doenças cerebrovasculares no Brasil entre 2000 e 2023, analisando as disparidades regionais e o impacto de determinantes sociais e do sistema de saúde no comportamento das taxas de óbito. Metodologia: Realizou-se uma análise ecológica observacional utilizando dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do DATASUS, com cálculo de taxas de mortalidade ajustadas por idade para as cinco regiões geográficas do Brasil. Foram aplicadas análises de regressão para avaliar associações entre mortalidade, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF). Resultados: Houve um declínio geral nas taxas de mortalidade por doenças cerebrovasculares em todas as regiões, sendo mais acentuado no Sul e Sudeste, onde o acesso a serviços de saúde e políticas de prevenção é mais robusto. No entanto, as regiões Norte e Nordeste continuam a apresentar taxas mais elevadas, evidenciando disparidades regionais significativas. Observou-se também uma relação inversa entre IDH e mortalidade, indicando que regiões com melhores indicadores socioeconômicos apresentam menores taxas de óbito. Conclusão: As políticas de saúde, incluindo a ampliação da ESF, têm contribuído para a redução da mortalidade por doenças cerebrovasculares no Brasil. No entanto, persistem desigualdades regionais que exigem estratégias específicas para as áreas mais vulneráveis, visando fortalecer a infraestrutura de saúde e ampliar o acesso a cuidados preventivos. Essa abordagem é essencial para uma redução mais equitativa das taxas de mortalidade em todo o território nacional.
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